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Feliz Ano Novo com vida nova? Depende de cada um e de todos



Não se trata do engenho de alguma divindade, sequer da própria natureza. Calendários foram sendo construídos pelo homem e suas civilizações diversas ao longo de milênios e alguns convivem até hoje. O nosso, de origem cristã e ocidental, leva no nome a homenagem a um Papa que o oficializou e, por isso, chama-se calendário gregoriano.

É dele toda a magia que envolverá, mais uma vez, a zero hora do dia primeiro de janeiro, desta feita do ano 2018. Por ele, estamos no terceiro milênio "d.C." (depois de Cristo), no século vigésimo primeiro.

Portanto, a transição de ano (como a de século ou até a de milênio que vivenciamos há 18 anos) é invenção humana, condicionada a um modelo de cultura e civilização. Não esperemos eventos sobrenaturais ou naturais, ditames do além ou do mundo geológico ou biológico.

Todavia, não descartemos o impacto psicológico e psicossocial que a data porta. É sempre grandioso. E dele originam-se efeitos concretos e mutações. Não se fica apenas no imaginário. O humano, individual e coletivo, afetado transborda para a realidade, a natureza e a história consequências da mudança de ano no calendário.

Por isso, debruço-me sobre reflexões na direção da data que vivenciaremos neste fim de semana.

Primeiro, as individuais. Cada um não fique sentado à margem do caminho na expectativa de que os desejos formulados por si e para si tornem-se realidades. Andante faça o caminho! Ame-se na medida certa, sem um equilibrado amor próprio não se consegue irradiar bem querer e harmonia. Sempre cuidando para que o excesso não vire egoísmo, exacerbada competição, muro em relação aos outros. Pense cada dia e diante de cada fato concreto, naqueles propósitos assumidos de não ser violento, não se exasperar nem agredir, de construir convivência mais tolerante e de se colocar no lugar do outro para refletir antes de reagir. Tenha vontade de ir adiante, construir, plantar, abrir horizontes com persistência, cuidado e tenacidade.

Também as reflexões coletivas da data. Viveremos um ano comunitário complexo no mundo, neste Brasil, nas nossas relações locais, tribais, grupais. Tenhamos sabedoria, paciência, lucidez. Nosso mundo está novamente à mercê de idiotas poderosos munidos de artefatos nucleares e gente aqui ou ali plantando sementes de guerras frias ou muito quentes. Temos crises humanitárias maiores que as catástrofes naturais. O país sai de uma crise econômica, mas precisa de decisões coletivas e institucionais que busquem pontos de equilíbrio e não nos levem a convulsões. Necessitamos limpar muita sujeira, sem deixar de construir, sem renunciar a seguir adiante e realizar programas e projetos. Temos decisões a tomar, inclusive eleições nacionais. Grandes são os desafios no Rio Grande do Sul e em cada comunidade local.

Saibamos aproveitar a oportunidade que o calendário gregoriano nos oferece e construir o 2018 com corações, mentes e mãos determinados ao melhor, ao justo, ao bem individual e coletivo.


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